Simulação de central nuclear com seis reatores que poderá ser construída depois de Angra 3
O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) estabeleceu que o Brasil precisará expandir a oferta de energia nuclear em mais 4 mil megawatts (MW) até o final do período. Desse total, 2 mil MW estão previstos para o Nordeste e mais 2 mil MW, para o Sudeste. Com base nesse planejamento, a Eletrobras Eletronuclear deu início à seleção de locais candidatos para abrigar as futuras centrais nucleares nacionais.
Como o documento aponta o Nordeste como prioridade na construção das novas usinas, a empresa começou sua prospecção por essa região. Inicialmente o foco foi colocado na região compreendida pelo litoral entre Recife e Salvador, dois maiores centros de carga do Nordeste, e o vale dos grandes rios que desembocam nesse litoral. A seleção de local é feita em três etapas, sendo que a primeira – já concluída – consiste na identificação de áreas candidatas, que precisam passar por critérios de eliminação.
Por solicitação do Ministério de Minas e Energia (MME), esse trabalho foi estendido a todo o território nacional, de forma a subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Energia 2035 (PNE 2035), que está sendo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e deve ser publicado em 2012. Para tanto, a Eletrobras Eeltronuclear investiu cerca de R$ 4 milhões.
Identificação de áreas adequadas
O estudo geográfico de todo o território nacional, a partir de aproximadamente 20 critérios de exclusão e de evitação, resultou na eliminação de vastas regiões e na identificação de micro-áreas, a princípio, adequadas ao assentamento de centrais nucleares. A tarefa contou com auxílio da EPE e da Coppe/UFRJ.
Para alcançar esse objetivo, a empresa utilizou técnicas de sistemas de informação geográfica, mapeou as regiões a partir de imagens de satélites e utilizou dados sobre meteorologia, sísmica, população e possíveis fontes de água existentes nos locais pesquisados que poderiam ser usadas para refrigeração do reator.
A Eletrobras Eletronuclear já entregou ao MME os resultados iniciais das averiguações feitas nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Agora, cabe ao ministério decidir em que áreas a empresa deve aprofundar os estudos, processo que vai resultar na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto no Meio Ambiente (Eia/Rima) dos sítios em questão.