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Esclarecimento da Eletronuclear sobre artigo publicado no site do jornal O Globo

27/12/2019
Esclarecimento da Eletronuclear sobre artigo publicado no site do jornal O Globo
 
Em resposta ao artigo “Atolados no nosso lixo radioativo”, da jornalista Tânia Malheiros, publicado no site do jornal O Globo, em 25/12/2019, cabe esclarecer, a seguir, uma série de dados equivocados com base nos quais a autora emite sua opinião.

1- A quantidade de elementos combustíveis utilizados na recarga das usinas nucleares brasileiras no próximo ano não é de 222 (Angra1) e 288 (Angra 2). O reator de cada unidade tem capacidade para 121 e 193 elementos respectivamente. Cabe ressaltar ainda que, a cada ano, apenas um terço destes elementos é substituído. “Após um período de três a quatro anos, os elementos combustíveis são retirados do reator e armazenados em piscinas localizadas dentro das próprias unidades. À medida que a estocagem atinge a capacidade máxima, há necessidade de construir um novo repositório, de forma a permitir a continuidade da operação das usinas”, confirma a autora em matéria postada em seu blog em 29 de outubro passado.

2 – Quanto a afirmação de que “O produto descartado das duas unidades atômicas é material precioso aos olhos dos organismos internacionais de fiscalização: se reprocessados geram plutônio, combustível para alimentar bombas atômicas”, cabe ressaltar que o Brasil é signatário de diversos tratados internacionais de não proliferação de armas atômicas e de uso pacífico da energia nuclear, submetendo-se – como os demais signatários –ao controle do Regime de Salvaguardas Abrangentes exercido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU e pela Agencia Brasil-Argentina de Contabilidade e Controle (ABACC) de materiais nucleares. Ademais, países que detém arsenal atômico utilizam reatores próprios para esta finalidade, não utilizando combustível usado de usinas nucleares de geração de energia elétrica para tal. O reprocessamento de combustível nuclear usado é uma tecnologia que requer um grande investimento e um parque industrial específico para este fim. Porém, vale lembrar que o caminho inverso já ocorreu e com bastante sucesso. Por duas décadas, o programa “Megatons para Megawatts” transformou 20 mil ogivas russas em combustível para as usinas norte-americanas. 

3 – A autora novamente se confunde ao falar do volume de resíduos radioativos produzidos nas usinas de Angra dos Reis. Os volumes anuais citados, 100 m³ (Angra 1) e 10 m³ (Angra 2) se referem a materiais com baixo e médio teor de radioatividade (vestimentas usadas, ferramentas, filtros, etc.) que, de fato, precisam ser – e são – armazenados de forma segura pelo período de tempo necessário até que possam ser descartados como resíduos convencionais. Vale lembrar que o mesmo processo acontece com os resíduos radioativos gerados em outros tipos de atividade como na medicina, na agricultura, na indústria, etc. Por outro lado, o combustível usado das usinas não é considerado um resíduo ou rejeito, muito menos “lixo”. Trata-se de um material ainda com alta conteúdo energética que pode, a exemplo do que fazem diversos outros países, ser reprocessado e utilizado novamente para gerar eletricidade no futuro. Esta é uma das razões do sucesso da tecnologia de armazenamento a seco que está sendo empregada na Central Nuclear de Angra. ” A tecnologia da UAS é segura e amplamente utilizada há mais de 30 anos nos Estados Unidos e em outros países. No mundo todo, já existem cerca de 100 mil elementos usados guardados”, afirma a autora em seu blog.

4 -  Quanto a construção da Unidade de Armazenamento a Seco de Combustível Irradiado (UAS), a Eletronuclear esclarece que, mesmo com o cronograma de conclusão da obra reajustado de maio para o final de 2020, não há risco de paralisação das atividades de Angra 1 e Angra 2, responsáveis hoje por 40% da energia consumida no Estado do Rio de Janeiro, sem emitir gases causadores do efeito estufa. 



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