Durante o período, os participantes realizaram nove experimentos em física de reatores e instrumentação nuclear, com todas as manobras operacionais supervisionadas. Esta é a primeira vez que a Eletronuclear realiza o treinamento no IEN/CNEN, no Rio de Janeiro, utilizando o reator Argonauta, um dos três reatores no Brasil capacitados para este tipo de formação.
As edições anteriores ocorreram no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo, e no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Minas Gerais.
“Este treinamento prático é essencial para que os profissionais compreendam a dinâmica real de um reator em funcionamento. Apesar das diferenças entre reatores de pesquisa e os reatores de geração de energia, a experiência adquirida neste curso é indispensável para formar operadores capacitados e seguros de suas ações”, destaca Lívia Werneck, chefe do departamento de treinamento da Eletronuclear.
O processo de obtenção de licença
A licença para operar uma usina nuclear exige um rigoroso processo de formação, com duração entre três e cinco anos. Esse percurso inclui treinamentos teóricos, aulas práticas em reatores de pesquisa e em simuladores próprios da Eletronuclear, em Angra dos Reis, construídos como réplicas idênticas às salas de controle das usinas. A grade é complementada por avaliações teóricas, orais e prático-orais realizadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Sala de controle da usina Angra 1 (Divulgação Eletronuclear)
A formação de novos profissionais é fundamental para garantir a continuidade de todos os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos no setor nuclear, considerado altamente estratégico e que necessita de mão de obra qualificada. Além disso, reforça o compromisso da Eletronuclear, em conjunto com os órgãos reguladores, com a segurança na operação das usinas nucleares brasileiras.