A Análise Histórica
de Acidentes – AH – caracteriza-se pela investigação
dos eventos acidentais ocorridos na própria instalação
em estudo e/ou em instalações similares, por
meio da consulta a bancos de dados de registros de acidentes,
e consiste no levantamento dos principais acidentes ocorridos
no passado, das suas causas e conseqüências.
O acidente de “Three-Mile”
Island (TMI 2) liberou para a atmosfera externa gases nobres,
mas em quantidades que não resultaram em doses relevantes
para a população do entorno. Milhares de amostras
ambientais – ar, solo, água, leite, vegetação
e alimentos – foram coletadas e analisadas.
Todos os resultados demonstraram
que a dose resultante para a população foi
significativamente baixa. O principal impacto sobre a saúde
da população foi o estresse e o medo gerado
pelo acidente. Por esse motivo o acidente de TMI-2 é
considerado um acidente Classe 5 na Escala INES.
Por outro lado o acidente
de Chernobyl ocorreu durante a realização
de um teste elétrico, que previa o desligamento do
sistema de resfriamento de emergência do núcleo,
cuja função é fornecer água
para resfriamento do núcleo em situações
de emergência, o que se constitui, por si só,
numa degradação da segurança se não
devidamente compensada por outras medidas. O reator tinha
sido desligado para manutenção de rotina no
dia 25 de abril de 1986, e foi decidido se aproveitar a
parada para a realização do teste.
Para realização
do teste, o reator deveria ter sido estabilizado em cerca
de 1.000 MWt antes do desligamento. Entretanto, devido a
problemas de funcionamento do sistema, a potência
caiu para 30 MWt. Os operadores tentaram elevar a potência,
desligando os reguladores automáticos e retirando
todas as barras de controle manualmente (mais uma degradação
da segurança). Por volta de 1h de 26 de abril, o
reator se estabilizou em 200 MWt e, a partir daí,
tornou-se muito instável. O súbito aumento
na produção de vapor rompeu parte do combustível,
e pequenas partículas quentes de combustível
reagiram com a água, causando uma explosão
de vapor, que destruiu o núcleo do reator. Houve
uma segunda explosão, dois ou três segundos
depois, aumentando a destruição do prédio
do reator. A nuvem de fumaça, produtos de fissão
radioativos e fragmentos do núcleo alcançaram
a atmosfera. Os materiais mais pesados se depositaram próximo
à usina, mas muitos produtos de fissão, especialmente
o inventário de gases nobres, alcançaram grandes
distâncias, atingindo vários outros países.
Um incêndio na Unidade
4 da central teve início, e principalmente a queima
do grafite foi de difícil controle. Por um período
de 10 dias, uma grande quantidade de material radioativo
foi liberada para o meio ambiente.
Assim, segundo a IAEA (1992),
os principais fatores que contribuíram para o acidente
foram:
»
Características inseguras do projeto do reator (exemplo:
ausência de contenção);
»
Análise de segurança inadequada;
»
Atenção insuficiente na revisão da
segurança do reator por órgão independente;
»
Procedimentos inadequados, não satisfatoriamente
embasados na análise de segurança;
»
Inadequada troca de informações de segurança,
importantes entre os operadores entre si e entre os operadores
e os projetistas;
»
Inadequado entendimento por parte dos operadores de aspectos
de segurança da usina, denotando falta de treinamento
adequado;
»
Não conformidade, por parte dos operadores, dos requisitos
operacionais formais e dos procedimentos de testes;
»
Insuficiente controle regulatório, incapaz de fazer
frente à pressão por parte da produção;
»
Falta de cultura de segurança, tanto local quanto
nacional.
O acidente de Chernobyl foi considerado um acidente Classe
7 na escala INES, isto é, um “acidente grave”.
10.1.1.
Quais as conclusões importantes acerca do registro
histórico de acidentes com usinas nucleares?
-
topo
O registro histórico
sobre os acidentes com usinas nucleares traz algumas conclusões
importantes:
>> No início
da década de 1970, havia previsões catastróficas
sobre os acidentes que poderiam vir a ocorrer, e que as
usinas nucleares então em projeto e construção
pelo mundo todo, poderiam provocar danos irremediáveis
e estrondosos. Filmes como a ‘Síndrome da China”
prenunciavam catástrofes impressionantes. Passados
mais de 30 anos, pode-se constatar que essas previsões
não correspondiam à verdade, e que os níveis
de segurança dos reatores projetados pela engenharia
de segurança foram efetivamente suficientes para
evitar essas previsões;
»
O acidente de TMI 2 em 1979, um reator nuclear do mesmo
tipo que o de Angra 3 (PWR), demonstrou que:
»»»
Os reatores são seguros, mas não infalíveis;
»»»
A redundância e diversidade dos sistemas de segurança
e o princípio da defesa em profundidade garantem
um nível de segurança alto o bastante para
evitar até mesmo que seqüências de acidentes
severos imprevistas causem danos ao meio ambiente.
»
O acidente de Chernobyl mostrou que:
»»»
Reatores nucleares são
de fato perigosos (assim como uma represa ou uma refinaria,
lugares onde se armazenam materiais ou produtos em potenciais
energéticos perigosos);
»»»
Desprezar a questão
da segurança em tais sistemas, como foi feito pela
supervisão daquela usina, pode causar danos significativos.
»
Nas usinas tipo PWR, como as da Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto, são utilizados princípios
de redundância e diversidade dos sistemas de segurança,
e de defesa em profundidade, para garantir um nível
de segurança muito acima da média da indústria
convencional, como demonstram os cálculos de risco
e a análise de segurança. O reator Chernobyl
4, para citar algumas diferenças com Angra 3, não
possuía contenção, usava grafite (inflamável)
como moderador em vez de água e era instável
à baixa potência. Os seus operadores não
possuíam treinamento adequado e normas de segurança
e procedimentos de operação foram desobedecidos.
10.1.2.
Você sabe o que é a escala INES?
-
topo
A Escala Internacional de
Eventos Nucleares ou, em inglês, The International
Nuclear Event Scale (INES), é um mecanismo para a
pronta e clara comunicação ao público
da importância que tem, para a segurança, os
eventos ocorridos em instalações nucleares.
Ao colocar os eventos dentro de uma mesma perspectiva, a
escala visa facilitar uma compreensão pronta e mútua
entre a comunidade nuclear, os meios de comunicação
e o público, embora a maioria do público ainda
não conheça a escala INES.
A escala INES foi concebida
por um grupo internacional de peritos. O grupo orientou-se,
em seu trabalho, pelas diversas reuniões internacionais
organizadas até então, para discutir a viabilidade
de uma escala desse tipo. A escala reflete, também,
a experiência obtida com o emprego de escalas similares
na França e no Japão, além de levar
em consideração estudos realizados em vários
outros países. Os EUA, o único país
com programa nuclear importante que se manteve por algum
tempo afastado do desenvolvimento da escala INES resolveram
adotá-la tentativamente.
O Brasil aderiu oficialmente
a escala INES através da CNEN. A escala INES passou
a ser adotada formalmente para usinas nucleares desde abril
de 1991, após mais de um ano de utilização
internacional em nível de teste.
10.1.3.
Como classificar os eventos acidentais em níveis?
-
topo
A escala permite classificar
os eventos em níveis de 1 a 7, em uma ordem crescente
de importância para a segurança, dependendo
do seu impacto sobre o meio ambiente, aspecto mais importante,
do impacto sobre o sítio da usina ou do nível
de deterioração da defesa em profundidade.
Este último aspecto, apesar de não implicar
em acidente, reflete o grau de indisponibilidade das barreiras
e níveis de segurança da instalação.
Os níveis mais baixos, de 1 a 3, são denominados
incidentes nucleares, e os superiores de 4 a 7, de acidentes
nucleares. Os eventos que não têm importância
para a segurança denominam-se desvios, e classificam-se
como de nível 0, “ABAIXO DA ESCALA". Os
eventos que não são pertinentes para a segurança,
são denominados "FORA DA ESCALA". A Figura
35 mostra a classificação numérica
geral por tipo de incidente ou acidente.

Figura 35 – Escala Internacional de Eventos Nucleares.
Fonte: Agência Internacional de Energia
Atômica
A estrutura básica
da INES baseia-se em critérios que envolvem impactos
acidentais fora e dentro da área da instalação
nuclear e degradação das barreiras de proteção,
conforme pode ser visto na Figura 36. A Figura 37 apresenta,
com maiores detalhes, os critérios de classificação
da INES, classificando alguns incidentes e acidentes que
foram notícia. Como se pode verificar na figura,
tendo em vista os impactos causados pelos acidentes das
usinas de Three Mile Island – Unidade 2 (TMI 2) e
Chernobyl 4, estes foram classificados como de nível
5 e 7, respectivamente.

Figura 36 - Estrutura básica da Escala Internacional
de Eventos Nucleares.
OBS: Os critérios que figuram na matriz são
somente indicadores gerais. As definições
detalhadas são fornecidas no Manual dos Usuários
do INES.
Fonte: Agência Internacional de Energia
Atômica

Figura 37 - Critérios e exemplos da Escala Internacional
de Eventos Nucleares.
OBS: As doses são expressas em termos de dose equivalente
efetiva (dose de corpo inteiro). Quando for conveniente,
esses critérios podem ser expressos em termos dos
limites anuais de descarga de efluentes correspondentes,
autorizados pelas autoridades nacionais.
Fonte: Agência Internacional de Energia
Atômica
10.2.
ANÁLISE DE SEGURANÇA
-
topo
O projeto de um reator nuclear
incorpora requisitos e critérios de segurança
que visam garantir o confinamento dos produtos de fissão
de tal forma que, mesmo em caso de acidente, as conseqüências
para o meio ambiente e da população do entorno
sejam as mínimas possíveis.
Dentre estes critérios
e requisitos de segurança, estão incluídos
os relativos à ocorrência de eventos externos
(por exemplo, sismos) e internos (por exemplo, rupturas
de tubulações e condições termo-hidráulicas
transitórias desfavoráveis) à usina.
A investigação
e a verificação da conformidade do projeto
com os requisitos e critérios de segurança
internacionalmente definidos, é o objeto principal
do Estudo de Análise de Segurança.
Para tanto, os chamados
Acidentes de Base de Projeto - ABPs (Design-Basis Accidents),
conjunto de eventos acidentais postulados, são detalhadamente
investigados de acordo com critérios de aceitação
estabelecidos em normas de órgãos de licenciamento
de atividades nucleares, nacionais e internacionais.
A principal tarefa da Análise
de Segurança (AS) é especificar e determinar
a segurança do projeto da usina. Para este propósito,
os ABPs são eventos pré-determinados e investigados
com alto grau de sofisticação e detalhe, de
tal forma que suas análises incluam seqüências
e conseqüências de variada gama de causas. Por
conta dos limites especificados para a investigação
de acidentes, a AS é também conhecida como
Análise Determinista de Segurança (ou determinística,
como é conhecida na área nuclear), em contra-posição
à Análise Probabilista de Segurança
APS (ou probabilística, como é conhecida).
A AS parte da premissa de que certas seqüências
acidentais ocorrerão de fato, simula estas ocorrências
em modelos de computador, e analisa a resposta da instalação
para aqueles acidentes, verificando se os sistemas de segurança
reagem de acordo e atendem aos requisitos de segurança
exigidos pelas normas internacionais e pela legislação
nacional. Ou seja, descarta a probabilidade de não
ocorrência dos acidentes selecionados, desconsiderando
essa possibilidade na avaliação quantitativa
da resposta da usina.
No âmbito do licenciamento
nuclear de uma usina, a Análise de Segurança
é parte integrante do PSAR “Preliminary Safety
Analysis Report”, também chamado de RPAS (Relatório
Preliminar de Análise de Segurança) e do FSAR
“Final Safety Analysis Report”, Relatório
Final de Análise de Segurança (RFAS), os quais
são submetidos à aprovação do
órgão licenciador nacional, a Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A autorização
para início da construção da usina
é concedida somente após a aprovação
do PSAR, enquanto a autorização para operação,
somente após a aprovação do FSAR.
10.3.
O QUE É ANÁLISE DE RISCO NUCLEAR – ARN?
-
topo
Em paralelo à análise
de segurança determinista (AS), técnicas de
análise probabilista (análise de riscos),
utilizadas inicialmente na otimização de projetos
de sistemas de segurança individuais (análise
de confiabilidade), começaram, a partir da década
de 1970, a ser utilizadas para a avaliação
de usinas nucleares como um todo, sendo conhecida na área
como APS, iniciais de “Análise Probabilista
de Segurança” (ou Análise Probabilística
de Segurança).
A probabilidade de ocorrência
de falhas sucessivas e de eventos desfavoráveis necessários
para a fusão do núcleo é remota, mas
não é nula, o que significa que tais acidentes
são de ocorrência possível. Vale ressaltar
que para Angra 3, mesmo no caso de ocorrência de um
acidente severo, não necessariamente ocorrerá
liberação de material radioativo para a atmosfera,
em quantidades que possam colocar em risco a saúde
ou a vida da população circunvizinha à
usina.
A liberação
de grande quantidade de material radioativo para o meio
ambiente só ocorrerá se, além da ocorrência
da fusão do núcleo, também houver o
comprometimento significativo da integridade da contenção.
Sendo assim, a questão crucial passa a ser, adicionalmente
às probabilidades da fusão do núcleo,
conhecer a probabilidade da perda de integridade do envoltório
de contenção, que, no caso de Angra 3, é
uma chapa de aço com 3 cm de espessura e uma pesada
estrutura de concreto armado, com cerca de 60 cm de espessura,
que caracteriza o Edifício ou Prédio do Reator.
A ARN deve investigar a
probabilidade e as condições nas quais acidentes
possam levar a uma fusão do núcleo, a despeito
das características de segurança existentes;
isto implica em analisar acidentes de probabilidade remota
de ocorrência, já que postula falhas múltiplas,
concomitantes, de vários sistemas de segurança
projetados para o controle desses acidentes. Uma ARN tem
como etapas principais:
»
Identificação e agrupamento de eventos potencialmente
iniciadores de acidentes e quantificação de
suas freqüências;
»
Determinação das correspondentes seqüências
de eventos que levam a danos no núcleo do reator;
»
Identificação das funções de
segurança e, através da AS do acidente, determinação
dos seus requisitos mínimos necessários ao
controle do acidente;
»
Quantificação das probabilidades de falha/sucesso
das funções de segurança;
»
Determinação das freqüências de
ocorrência das seqüências de acidente que
levam a danos no núcleo do reator;
»
Análise das conseqüências, determinando
a extensão dos danos causados aos trabalhadores,
comunidade e ambiente expostos aos cenários acidentais.
10.4.
PLANO DE EMERGÊNCIA
-
topo
10.4.1.
O que é Plano de Emergência?
-
topo
O Plano de Emergência
Externo (PEE) da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto (CNAAA) é uma medida adicional de segurança,
pois, as usinas foram construídas seguindo o conceito
de “defesa em profundidade”, isto é,
possuem diversas barreiras protetoras sucessivas e dispõem
de vários sistemas redundantes de segurança,
que impedem a liberação de material radioativo
para o meio ambiente, e tem por finalidade, em caso de emergência,
proteger a saúde e garantir a segurança dos
trabalhadores das usinas e do público em geral.
Os estudos de revisão
para o planejamento de emergência evoluíram
a partir dos conhecimentos científico-tecnológicos
adquiridos após os acidentes de Three Mile Island
(Estados Unidos – 1979) e de Chernobyl (União
Soviética – 1986). A aplicação
de novos critérios baseados nesses estudos resultou
nas modificações conceituais e estruturais
dos Planos de Emergência de Centrais Nucleares.
O PEE incorpora as recomendações
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com
base em estudos e normas internacionais. É importante
observar que este é um plano de caráter preventivo,
isto é, as medidas previstas serão implementadas
antes que ocorra qualquer liberação de material
radioativo para o meio ambiente.
10.4.2.
Quem é responsável pelo Plano de Emergência?
-
topo
O Plano de Emergência
Externo é coordenado pelo Órgão Central
do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear
Brasileiro - Sipron, com a participação da
Defesa Civil Federal. Sua execução é
de responsabilidade da Secretaria Estadual de Defesa Civil,
através do Departamento Geral de Apoio Comunitário
e do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que
contam com o apoio técnico da CNEN e da Eletronuclear
e com o apoio operacional da Defesa Civil de Angra de Reis
- COMDEC/AR, da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis e
de diversos órgãos Estaduais e Federais, inclusive
as Forças Armadas.
10.4.3.
Qual é a área de abrangência do Plano
de Emergência? -
topo
O PEE abrange uma área
circular com raio de 15 km em torno das usinas, denominada
ZPE – Zona de Planejamento de Emergência. Esta
área foi subdividida em setores, com raios de 3,
5, 10 e 15 km, denominadas respectivamente ZPE-3, ZPE-5,
ZPE-10 e ZPE-15 (Figura 38).

Figura 38 – Zonas de Planejamento de Emergência
– ZPEs.
Fonte: Eletronuclear
10.4.4.
Como está estruturado o Sistema Nacional para Atendimento
a uma Emergência Nuclear?
-
topo
O atendimento às
situações de emergência na CNAAA está
baseado na ativação de quatro grandes Centros
de Emergência, cada um com missão e localização
diferentes:
CNAGEN – Centro
Nacional para Gerenciamento de uma Situação
de Emergência Nuclear:
Missão: prestar assessoria
para decisão do Governo Federal, na ocorrência
de uma situação de emergência nuclear;
e supervisionar e coordenar o apoio dos órgãos
federais, entidades públicas e privadas, nacionais
ou internacionais, e governos estrangeiros, para complementar
as ações empreendidas a nível estadual,
municipal, e, quando necessário, das Unidades Operadoras,
os meios utilizados na resposta no Estado da Federação
onde ocorrer uma situação de emergência
nuclear.
Localização:
MCT / Brasília / DF
CESTGEN –
Centro Estadual para o Gerenciamento de Emergência
Nucleares
Missão: implementar
o PEE do Estado da Federação onde ocorrer
uma situação de emergência nuclear;
prestar assessoria de alto nível para decisão
do Governo Estadual, na ocorrência de uma situação
de emergência nuclear; e coordenar o apoio do governo
federal, órgãos federais, entidades públicas
e/ou privadas sediadas em seu Estado para complementar as
ações empreendidas e os meios utilizados na
resposta a uma situação de emergência
nuclear.
Localização:
Departamento Geral de Defesa Civil da Secretaria da Defesa
Civil do Estado do Rio de Janeiro / Rio de Janeiro / RJ
CCCEN – Centro
de Coordenação e Controle de uma Situação
de Emergência Nuclear
Missão: coordenar
a execução das ações que lhe
são atribuídas no Plano de Emergência
Externo (PEE); coordenar o apoio dos diversos órgãos,
sediados no Município, com responsabilidade na resposta
a uma situação de emergência nuclear;
solicitar apoio aos órgãos municipais, estaduais
e federais, sediados em sua área de influência,
para implementar as ações necessárias
e complementar os meios utilizados, na resposta a uma situação
de emergência nuclear; e manter o CIEN informado sobre
a evolução da situação de emergência
nuclear.
Localização:
10º Grupamento de Bombeiros Militar / Angra dos Reis
/ RJ
CIEN – Centro
de Informações de Emergência Nuclear
Missão: planejar,
coordenar e promover, mediante a orientação
do CCCEN, a difusão de informações
ao público e à imprensa sobre a situação
de emergência nuclear.
Localização:
10º Grupamento de Bombeiros Militar / Angra dos Reis
/ RJ
10.4.5.
Quais são as medidas de proteção previstas
no Plano?
-
topo
As principais medidas de
proteção da população são:
- a abrigagem, que significa ficar dentro de uma casa, apartamento
ou outro local apropriado, com as portas e as janelas fechadas
e vedadas e os sistemas de ventilação desligados;
e, - a evacuação, que é a retirada
planejada de pessoas de determinada área, a fim de
evitar ou reduzir a sua exposição à
radiação no curto prazo.
No caso de um temporal ou
de interdição das estradas devido à
queda de barreiras, a medida de proteção mais
recomendada é a abrigagem. Além de fornecer
proteção inicial, é uma boa alternativa
quando a retirada não puder ser feita. A abrigagem
reduz a exposição à radiação,
evitando que a população se contamine.
10.4.6.
Como a população será comunicada em
caso de emergência?
-
topo
A população
residente nas localidades de Guariba, Piraquara de Fora
e Piraquara de Dentro, Frade, Sertãozinho do Frade,
Condomínio do Frade, Condomínio Barlavento
e Praia Vermelha será avisada através de sirenes,
megafones, alto-falantes e de porta-em-porta. Ao ouvir as
sirenes, as pessoas deverão escutar nas rádios
e TVs locais as instruções da Defesa Civil.
A população
residente na Vila de Praia Brava será avisada por
um carro de som da Eletronuclear, de acordo com o previsto
no Plano de Emergência Local (PEL). Nas outras localidades,
que ficam mais afastadas da Central Nuclear, as pessoas
serão avisadas pelas rádios e TVs locais.
10.4.7.
O que fazer em caso de emergência? -
topo
Quando da ocorrência
de uma situação de emergência nuclear
na CNAAA, a Eletronuclear informará imediatamente
à CNEN, à Defesa Civil Estadual (10º
GBM) e à COMDEC/AR. A CNEN notificará o Coordenador
Geral do CNAGEN e ao Grupamento de Defesa Civil (GDC), que,
por sua vez, de acordo com os procedimentos, informará
ao Coordenador do CESTGEN.
Os moradores residentes
nas localidades onde há sirenes instaladas, ao ouvi-las,
devem procurar informações nas rádios
locais e na televisão para ouvir as instruções
da Defesa Civil que avaliará a situação
de emergência e instruirá os moradores a voltar
às suas atividades normais, abrigar-se em suas casas
ou dirigir-se ao Ponto de Reunião e Embarque mais
próximo para serem levados para fora da área
de risco.
No caso de ser necessária
a remoção da população, os moradores
de Piraquara de Fora, Pingo D’Água, Guariba
e Piraquara de Dentro irão inicialmente para o abrigo
localizado no Frade. Mais tarde, se necessário, serão
levados, juntamente com os moradores do Frade, Condomínio
do Frade e Sertãozinho do Frade para as escolas municipais
e estaduais, localizadas na região da Grande Japuíba,
no município de Angra dos Reis, designadas como abrigo
no Plano de Emergência.
Os moradores das ilhas serão
levados para o Colégio Naval e os moradores dos Condomínio
Barlavento e Praia Vermelha serão levados, se necessário,
para abrigo localizado na região do Perequê,
no município de Angra dos Reis. A retirada da população
de Itaorna e Praia Brava será realizada pela Eletronuclear,
de acordo com o PEL.
Os moradores que moram entre
o Frade e a cidade de Angra dos Reis e entre Praia Vermelha
e Tarituba serão avisados através das rádios
e das emissoras de televisão locais. Todas as informações
e instruções necessárias serão
divulgadas nesses meios. As sirenes não são
ouvidas nessas localidades.
Os habitantes dessas áreas
poderão ser instruídos a voltar às
suas atividades normais e se a situação de
emergência se agravar receberão instruções
para que fiquem temporariamente abrigados em suas casas
ou em locais apropriados. Nessa região só
serão removidas as pessoas das áreas onde
houver possibilidade de contaminação. Essa
remoção será feita de acordo com as
avaliações técnicas da CNEN.
Os abrigos para onde a população
será levada terão assistência médica,
sistema de segurança, instalações sanitárias,
cozinha e assistência social. As pessoas serão
cadastradas e catalogadas por idade, procedência e
urgência de cuidados médicos. As crianças,
os idosos e os enfermos terão cuidados especiais.
As famílias serão alojadas juntas. O retorno
da população às áreas atingidas
somente poderá ser feito após a vistoria e
liberação pelos técnicos da CNEN. A
orientação e o apoio ao retorno serão
dados pela Defesa Civil que estará cuidando de tudo
para dar segurança a população.
10.4.8.
Análise Conclusiva
-
topo
Com base na avaliação
do sistema de resposta a emergências internas e externas
à CNAAA, conclui-se que os recursos humanos e materiais
especificados pelos vários agentes relacionados anteriormente,
bem como a lógica de sua mobilização
e integração, encontram-se adequadamente definidos,
tendo em vista a natureza dos riscos internos e externos
analisados anteriormente. Cabe ressaltar que esse planejamento
é constantemente atualizado e aperfeiçoado.