Quem vive nas vilas residenciais da Eletronuclear e trabalha nas usinas da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, talvez não tenha noção da grandiosidade que é o tratamento de água e esgoto realizado para atender a essa demanda. Para apresentar este programa da empresa, o Departamento de Engenharia e Manutenção de Infraestrutura realizou uma série de visitas com funcionários, além de alunos de uma escola da região e do Programa Jovem Aprendiz, na última semana, em comemoração ao Dia Mundial da Água.
Um dia de visitas foi destinado a quase 80 crianças de 9 e 10 anos, estudantes de uma escola particular da Vila Residencial de Mambucaba. E esse aprendizado teve reflexo importantíssimo não somente na escola, mas também em suas casas.
Que o diga Waldir Zimmermann Gomes, funcionário de Angra 1, que se surpreendeu com a filha Júlia.
"É inspirador observar a curiosidade das crianças ao conhecerem um ambiente industrial pela primeira vez. A experiência despertou um grande interesse, especialmente ao entenderem como o esgoto é tratado e devolvido ao meio ambiente de forma segura e sem contaminação”, frisou.
E não é que Julia ficou mesmo interessada!
“Aprendemos sobre como devemos cuidar dos rios, mares e etc, porque com isso facilitamos o processo da água para chegar a nossa casa”, explicou.
Já a filha do empregado da Eletronuclear Paulo Artur Pimentel Tavares da Silva, Odara, prestou bastante atenção ao processo de “limpeza” da água.
“A melhor parte da visita foi quando o Bassi estava falando sobre o sulfato de alumínio que afunda as impurezas da água para ajudar no processo de tratamento”, lembrou, usando, assim, palavras difíceis mesmo.
"Eu achei que foi uma visita interessante, porque ela não tinha noção de como a água precisava de algum tratamento ao sair do rio para poder chegar em casa. Ela viu justamente as purificações tanto do material de suspensão quanto dos micro-organismos com a aplicação de cloro”, contou.
Na casa do empregado Alex Sandro Soares Garcia a visita foi bastante comentada.
"O Joaquim chegou em casa muito empolgado, falando da captação da água na floresta, do funcionamento da estação de tratamento de água e dos animais que ele viu na Trilha Porã. Como ele é apaixonado pela natureza, ficou extremamente impactado de poder presenciar tudo que aprendeu na escola”, sublinhou.
Para Joaquim, a Trilha Porã, é claro, foi o ponto alto da visita.
“Lá tem uma floresta muito preservada, onde vi alguns animais e a captação da água para nossa utilização", falou.
Outra estudante que participou da visita foi Alice, filha da empregada da empresa Juliana Saraça.
“Essa experiência fez a minha filha ter uma compreensão mais profunda sobre o ciclo da água e a relevância de preservar esse recurso que é essencial para a nossa vida. Como mãe, fico muito feliz por ela ter vivido essa experiência. É por meio de ações como essa que conseguimos não apenas educar, mas também inspirar futuras gerações a valorizarem o que temos e a se engajarem na proteção e preservação dos recursos naturais. Parabéns a Eletronuclear pela iniciativa!”, frisou.
Alice resumiu de forma simples e objetiva sua experiência na visita.
“Eles explicaram que colocam cloro na água para matar as bactérias. O cloro é tipo um super-herói que deixa a água limpinha para nós. Já estou ansiosa para a próxima visita”, resumiu.
Além das crianças, um dia de visita foi destinado a empregados da Eletronuclear que trabalham em diversas áreas, como engenharia civil, almoxarifado, operação, manutenção, contratos, e até estagiários recém-contratados. Outro dia foi dedicado aos contratados através do Programa Jovem Aprendiz.
Como funcionam as captações de água?
As visitas foram às captações de água que abastecem a CNAAA: Frade e Sacher. A Eletronuclear tem a outorga, concedida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), para captação de 48m³/hora e 100 m³/hora, respectivamente. Esses dados são analisados por meio de equipamentos eletrônicos, implantados pelos técnicos do departamento, que servem como base para os chefes de usinas monitorarem a entrada e saída de água das unidades.
“Antes, medíamos manualmente. Em 2022, começamos com seis medidores de água de vazão; hoje, temos 19, entre vilas e usinas”, explica o engenheiro civil e sanitarista, responsável pelas visitas, César Bassi. Ele explica que esse sistema eletrônico foi fundamental para medição da vazão da água durante a última crise hídrica do município, em 2024.
Bassi tem bastante experiência na área, tanto que é o titular da Eletronuclear no Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía da Ilha Grande (CBH-BIG), órgão instituído em 7 de outubro de 2011, para debater, planejar e destinar recursos financeiros para ações que influem na quantidade e qualidade das águas. O órgão faz parte de um sistema criado pela Política Nacional de Recursos Hídricos. A área de atuação do CBH-BIG engloba os municípios de Angra dos Reis, Paraty (incluindo suas ilhas) e os bairros de Conceição de Jacareí e Cantagalo, no Município de Mangaratiba, fazendo divisa com o estado de São Paulo.
