No último dia 11, completaram seis meses de uma data muito marcante para o Hospital de Praia Brava (HPB) nesse ano de 2020. Toda a equipe de socorristas e da rotina salvou a vida de cinco vítimas em estado bastante delicado, depois de um sério acidente ocorrido nas proximidades do Observatório Nuclear, entre a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) e a vila residencial de Praia Brava, pouco antes das oito da manhã. Os acidentados eram empregados do Departamento de Desempenho de Sistemas e Reator de Angra 1 da Eletronuclear, que estavam voltando para casa depois de completar o turno na usina.

Após os primeiros exames, já havia sinais de que o estado de saúde das vítimas era grave por conta de sangramento interno e traumas sérios. Portanto, houve a necessidade de mobilizar todo o hospital para realizar o atendimento de urgência. Três médicos da rotina (um cirurgião, um ortopedista e um anestesista) se juntaram aos seis médicos da emergência que estavam de plantão para dar conta de atender os feridos.

A supervisora do centro cirúrgico, Tatiana Pires, afirma que todos os pacientes corriam risco de vida quando a ambulância os deixou na emergência. "Era um cenário de guerra. Tivemos que adiar algumas cirurgias marcadas no dia para que garantíssemos o socorro necessário", explica. Ela conta ainda que, enquanto era preparado o centro cirúrgico, a equipe de apoio conduzia as vítimas aos exames pré-operatórios.

Da parte da enfermagem, foram envolvidos mais de 30 profissionais no socorro: oito enfermeiros, sendo um da emergência e sete da rotina; cinco técnicos de enfermagem da emergência; e outros sete do ambulatório. Ainda participaram do atendimento 14 técnicos de enfermagem da rotina, que deram suporte aos procedimentos.

A equipe formada pelo cirurgião Raniere Manjella, pela cirurgiã-geral Katy Silva e pelo anestesista Rafael Teixeira operou um dos empregados da Eletronuclear que estava na parte de trás do veículo. Já a equipe formada pelos ortopedistas Antônio Naine e Luiz Antônio Cavalcanti, juntamente com o anestesista Renato Rosemberg, realizou cirurgia no funcionário que estava no banco do carona. Na sequência, as mesmas equipes operaram outros dois empregados, que também estavam na parte de trás.

O supervisor do pronto-socorro, Jonas Lourenço, destaca que o acontecimento exigiu atenção máxima de todos. “Mesmo com todas as demandas provocadas pelo advento da covid-19, esse evento foi o mais impactante do ano dentro do Hospital de Praia Brava”, acrescenta.

O quinto funcionário da empresa, que estava dirigindo o carro, foi transferido logo que chegou ao HPB para o Hospital da Unimed de Angra. Posteriormente, foi levado para o Copa D’Or, no Rio de Janeiro, recebendo alta dias depois. Os outros quatro ficaram mais alguns dias no HPB e depois foram para o Hospital da Unimed de Volta Redonda. Três deles retornaram para casa no fim do mês de fevereiro, e um deles, o que estava no banco do carona, recebeu alta na primeira quinzena de março.

Depois de terem alta, os empregados da Eletronuclear continuaram a recuperação em casa. Uma das vítimas do acidente conta que as primeiras semanas foram difíceis por causa das dores e pelas lembranças, mas, passados seis meses do ocorrido, todos já se encontram bem melhor. Ele revelou que dois deles já voltaram a trabalhar e um está para retornar em breve. “Graças a Deus, isso já está virando passado. A recuperação tem sido boa, tanto minha quanto dos outros”, destacou o empregado, completando que os dois colegas que estavam na frente do veículo ainda devem demorar um pouco mais para retornar às atividades de rotina.