Nesse fim de semana, a Eletronuclear e o Ibama promoveram, em Angra dos Reis, duas reuniões públicas para prestar informações à população da Costa Verde. Em ambos os dias, os participantes quase lotaram o auditório do Cine Teatro de Praia Brava – localizado na vila residencial homônima –, que recebeu um total de quase 300 pessoas nos dois eventos.
Na sexta-feira (30), foi realizado o Seminário de Devolução, em que a empresa fez um balanço de suas ações de responsabilidade socioambiental. Já no sábado, foi a vez de uma Reunião Técnica Informativa sobre a Unidade de Armazenamento a Seco de Combustível Usado (UAS). A instalação será construída no sítio da central nuclear de Angra para abrigar os combustíveis usados das piscinas de Angra 1 e 2 quando o espaço dessas unidades se esgotar.
O Seminário de Devolução reuniu 139 participantes no Cine Teatro. Representantes das áreas de responsabilidade socioambiental, infraestrutura e do Laboratório de Monitoração Ambiental da Eletronuclear fizeram apresentações, além de profissionais do Instituto deEcodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG) e do projeto Tartaruga Viva. Também falaram à plateia o vice-prefeito de Paraty, Luciano Vidal, e o secretário de Planejamento de Angra dos Reis, André Pimenta.
.JPG)
Mesa de abertura da reunião técnica informativa da UAS
As prefeituras da Costa Verde cobraram que a Eletronuclear volte a fazer os pagamentos dos convênios acordados com os municípios, interrompidos devido à paralisação das obras de Angra 3. O presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, afirmou que a empresa está fazendo bem menos do que gostaria, devido à difícil situação financeira da instituição. “Esperamos conseguir retomar as obras da usina no próximo ano, de forma que possamos apresentar tudo aquilo que gostaríamos no seminário de 2019”, ressaltou.
UAS: construção em 2019
No sábado (1º), 150 pessoas compareceram ao Cine Teatro para a Reunião Técnica Informativa da UAS. Na ocasião, foram feitas apresentações por parte da Eletronuclear, que explicou como funcionará a unidade de armazenamento, e da Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente, que preparou o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) do empreendimento. A reunião também contou com a participação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Inicialmente, serão instalados 15 módulos de um total de 72. Na primeira transferência, que acontecerá em 2021, 288 elementos combustíveis usados serão retirados de Angra 2 e 222, de Angra 1. Novas transferências serão feitas na medida em que se tornarem necessárias, garantindo o funcionamento das usinas até 2045.
Representante do Ibama, Leslie Tavares presidiu reunião técnica informativa da UAS
A estimativa de gastos para a construção da UAS é de R$ 246 milhões. Para tocar o empreendimento, foi feita uma licitação internacional, cuja vencedora foi a empresa americana Holtec International, com larga experiência internacional neste tipo de obra. A companhia também será responsável pela transferência dos elementos combustíveis usados para a instalação. A previsão é de que as obras comecem no início de 2019 e durem aproximadamente 18 meses.
Próximo passo
Leonam afirma que a realização da reunião foi um passo à frente para que a UAS saia do papel. “Estamos na expectativa para o próximo passo, que é obter as licenças de instalação, do Ibama, e de construção, da Cnen. Estamos otimistas quanto ao cumprimento desses marcos importantes para o empreendimento”, frisou, lembrando que a UAS é uma questão de sobrevivência para a Eletronuclear.
O chefe do escritório do Ibama em Angra dos Reis, Leslie Tavares, ressaltou que esses eventos ajudam a promover a transparência. “Empresas públicas e privadas devem prestar contas à sociedade. Por isso, é importante essa resposta à comunidade sobre como é a atuação da empresa na questão socioambiental”, concluiu.
Leonam dos Santos Guimarães falou sobre inserção regional da Eletronuclear no Seminário de Devolução