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Angra 2 é religada após manutenção e reabastecimento de combustível

17/08/2020
 

Angra 2 é religada após manutenção e reabastecimento de combustível
 
Angra 2 (1.350 MW) foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) às 16h51 desta segunda-feira (17). No momento, a usina está funcionando normalmente e segue em processo de elevação de potência. A unidade estava desligada desde o dia 22 de junho para a substituição de um terço do combustível e manutenção periódica.

Durante a inspeção de rotina no combustível nuclear, foi identificada uma oxidação superficial nos elementos combustíveis carregados no último ciclo de operação, mais especificamente no revestimento dos tubos que contêm as pastilhas de urânio. Por conta disso, foi necessária uma série de providências adicionais, o que postergou o retorno da usina à operação.

Medidas tomadas

Para viabilizar o retorno da unidade à operação no menor tempo possível, a Eletronuclear decidiu trocar todos os 52 elementos combustíveis que apresentaram oxidação acima do normal. A substituição foi feita por 24 elementos novos, que já estavam prontos para uso em Angra 3, mais 28 usados, que estavam armazenados na piscina de combustível de Angra 2.

Essa configuração do reator foi objeto de avaliação rigorosa por parte da Eletronuclear e da Framatome, empresa responsável pelo projeto da usina. Após essa análise, a nova disposição dos elementos combustíveis no núcleo foi submetida à aprovação do órgão regulador, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). A entidade aprovou o Relatório do Projeto Nuclear e Termohidráulico (RPNT), permitindo o retorno da unidade à operação e autorizando o seu funcionamento por um ciclo aproximado de nove meses.

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A Eletronuclear ainda avaliará a viabilidade da utilização, para o próximo ciclo de operação, dos elementos combustíveis oxidados. Diversas inspeções e testes serão realizados pela Framatome, que investigará as causas do ocorrido.

O diretor de Operação e Comercialização da Eletronuclear, João Carlos da Cunha Bastos, ressalta que o incidente em nenhum momento comprometeu a segurança de Angra 2 e de seus trabalhadores. “Pelo contrário, essa parada de reabastecimento foi o maior trabalho de manutenção realizado no país durante a pandemia de covid-19 e transcorreu normalmente, à exceção desse episódio, graças às medidas preventivas adotadas pela empresa”, comenta.

Superando desafios

Vale lembrar que o escopo da parada foi integralmente reavaliado e reduzido ao mínimo necessário, de forma a evitar a propagação do coronavírus. A Eletronuclear seguiu rigorosamente todos os protocolos de segurança sanitária e as recomendações adotadas por usinas ao redor do mundo que já haviam realizado paradas de recarregamento neste período de pandemia. 

Uma parada típica de Angra 2 envolve a realização de, aproximadamente, 4.500 atividades programadas. Para diminuir o número de trabalhadores envolvidos e o tempo de duração do trabalho, foi feita uma revisão detalhada de todo o planejamento, priorizando 1.100 atividades essenciais para a segurança e a confiabilidade da unidade. 

Entretanto, como Angra 2 ficou desligada por mais tempo do que o previsto, a equipe de manutenção pôde executar tarefas que não estavam originalmente programadas, devido ao cronograma reduzido. Com isso, foram realizadas 1.200 atividades adicionais.

Para o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, a dedicação dos profissionais que atuaram na parada foi essencial para superar os obstáculos e concluir o trabalho. “Essa parada já era desafiadora tendo em vista a equipe reduzida em virtude da pandemia. Após o episódio do combustível, nossos colaboradores precisaram se dedicar ainda mais. Felizmente, tivemos êxito, graças ao profissionalismo, à capacitação e ao comprometimento de cada um”, destaca.
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